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EUA têm perdas anuais de US$ 300 bi

Data: 31/10/2011
Fonte: Valor Econômico

Por Paulo Vasconcellos

A corrosão que compromete prédios, viadutos e ginásios esportivos destrói também as riquezas nacionais. Estudo da Corrosion Cost Technologies, dos Estados Unidos, concluiu que o problema consome de 1% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países desenvolvidos. Para a maior economia do mundo a perda é de US$ 300 bilhões por ano, apesar das regras rígidas de controle da qualidade nas construções. No Brasil, as perdas são de R$ 147 bilhões e 4% do PIB, segundo dados do Instituto de Metais Não-Ferrosos (ICZ).

A pesquisa feita pelo gerente de projetos Michiel PH Brongers, a pedido da Administração Federal de Transportes à Associação Nacional de Engenheiros de Corrosão (Nace) e que foi apresentada ao Congresso Americano, é de 2002, mas ainda orienta políticas de combate ao problema.

O trabalho mostra que, anualmente, o custo aos cofres americanos com a corrosão em pontes rodoviárias chega a US$ 8,3 bilhões; nos sistemas de abastecimento de água potável, a US$ 36 bilhões; nos veículos motorizados, a US$ 23,4 bilhões; e no setor de defesa, a US$ 20 bilhões.

O governo brasileiro até chegou a anunciar um programa de investimentos de R$ 5,8 bilhões para a recuperação de pontes e viadutos até 2018. Mas o Proarte (Programa de Reabilitação das Obras de Artes Especiais), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), não resistiu às denúncias de corrupção no órgão e foi suspenso pelo Ministério dos Transportes. E, para especialistas, mesmo que seja aplicado não trará solução.

"O problema é que não se sabe se as 5 mil pontes e viadutos a ser recuperados integram esse patrimônio caríssimo do país ou são apenas parte dele", diz Carlos Henrique Siqueira, engenheiro responsável pela manutenção da Ponte Rio-Niterói e um dos palestrantes do GalvaBrasil.

Doutor em patologia das estruturas e presidente da Norma Brasileira de Vistoria de Pontes e Viadutos de Concreto, Siqueira informa que os Estados Unidos têm 603 mil pontes, a China, mais de 300 mil, mas no Brasil o número é incerto. "A certeza é que 3 mil pontes e viadutos que vistoriei têm problemas sérios de corrosão nas armaduras, nos aparelhos de apoio e nas juntas de dilatação. "

A química explica: como o concreto não é impermeável, a umidade, o gás carbônico e os cloretos entram pelos poros e dão início ao processo de oxidação do ferro usado no vergalhão. A oxidação leva à expansão do volume da ferragem e trinca o concreto. O risco não está só no litoral, pela maresia. No interior, as obras de concreto não estão imunes à ferrugem por causa da chuva ácida. E o enxofre emitido pela queima dos combustíveis dos automóveis é um forte fator de corrosão nas grandes cidades.

"Regra internacional diz que se deve gastar em manutenção 2% do valor atualizado da obra. Nos EUA, o índice caiu para 0,5%. Na Europa, de 2% para 1,5%. No Japão está em torno de 2,5%. No Brasil, nunca é menor de 30%, mas pode chegar a 50%", diz o engenheiro. "Dá até vergonha falar lá fora. Não há obra neste país, à exceção da ponte Rio-Niterói, que não sofra corrosão."

"O uso do vergalhão galvanizado ainda não existe como política governamental no Brasil", ressalta Ricardo Suplicy Góes, gerente executivo do ICZ.

"O processo vem ao encontro de uma necessidade brasileira", afirma Siqueira. "Uma obra nova não gastaria nem 20% a mais dos gastos com todo o empreendimento se usasse aço galvanizado", garante o engenheiro.

 

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